Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos da Universidade Federal de São Carlos​

Pelo fim da escala 6×1!

O fim da escala 6×1 tem sido o assunto mais debatido nos últimos dias. Não é por acaso. Esse regime de trabalho é perverso e desumano.

O movimento VAT, liderado pelo vereador carioca, Rick Azevedo, do PSOL, está convocando ato nacional no dia 15. Ao mesmo tempo, por iniciativa da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), há uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) coletando assinaturas na Câmara.

Diferentemente do que dizem muitos críticos, o fim da escala 6×1 não é nenhuma ameaça à economia. Esse é, aliás, o mesmo argumento que, ao seu tempo, foi usado contra o 13°. A luta contra a escala 6×1 também não é nenhuma tentativa de fustigar o governo Lula, segundo outros críticos. Trata-se de uma bandeira justa, para dar dignidade aos trabalhadores.

 

MAS, AFINAL, QUEM CONTROLA O TEMPO?

 

O tempo não para. A vida não para. O tempo que parece infinito, nunca temos ele em nossas mãos, sob nosso controle.

Estamos sempre correndo para chegar. Estamos sempre dizendo uns aos outros que estamos na correria. Se não temos o controle do tempo, quem controla o tempo? A roda da vida gira muito rápido, triturando sonhos, atropelando planos, esfacelando projetos, dividindo amizades, separando amores.

Falta tempo para nós mesmos, para família, amigos e para exercermos todas as potencialidades de ser humano. A tecnologia acelerou o tempo. As notícias chegam muito mais rápido que a nossa capacidade de responder presencialmente.

O beijo virtual chega rápido. O beijo de verdade demora para atravessar a cidade. É preciso responder quem é o senhor do tempo? Para responder essa pergunta é preciso entender como funciona a nossa sociedade e perceber que depois das máquinas a vapor, da energia elétrica, dos motores a combustão, depois do surgimento da grande indústria, da globalização das rotas comerciais, do desenvolvimento dos meios de comunicação, tudo ficou mais rápido. Tudo consome quase todo o tempo do dia, da semana, do mês…

Quem tem o poder econômico tem o poder político e controla o tempo. Cria rotinas que giram em torno do desempenho dos grandes negócios, das disputas por clientes, mercados, recursos naturais, mãos de obra, fronteiras, nações inteiras, vidas inteiras. O tempo livre dos ricos é grande, quase infinito.

O tempo livre de quem só tem a força de trabalho para vender é escasso. Essa sede voraz por luxo, a qualquer custo, rouba o tempo da infância. Rouba o tempo da velhice.

A luta pelo controle do tempo é igual à luta por melhores salários, por melhores condições de trabalho e existe através da luta organizada dos trabalhadores há séculos e, é assim até hoje.

A mais sofisticada das tecnologias que temos hoje não diminui o peso da existência humana no mundo do trabalho. Na verdade, intensifica o trabalho aumentando estresse, ansiedade, adoecimento mental, depressão e dependência química.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2020, a depressão será a maior causa de afastamento do trabalho no mundo e não é só. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Brasil em parceria com o Instituto Nacional de Segurança Social, (INSS) revela que 48,8% dos trabalhadores que se afastam por mais de 15 dias do trabalho sofrem com algum transtorno mental, sendo a depressão o principal deles.

O mundo está doente, mas ainda temos cura e tudo começa quando unificamos nossos problemas, nossas angústias, nossos desejos, nossos sonhos e nossa esperança. O controle do tempo só vai passar para as nossas mãos quando o conjunto dos trabalhadores governarem o país e o mundo.

Nós queremos mais do que cinco minutinhos. Nós queremos o controle do tempo.

 

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